Posted by : RodrigoPatoDonald domingo, junho 08, 2014

Dairanger  - Vamos conhecer um pouco da cultura chinesa?


Tenshin da! Whoa whoa whoa whoa!! Bem, meus caros bacanudos, terminei de ver Dairanger. Minhas aventuras com os guerreiros da tribo milenar Dai contra a outra tribo milenar Gouma foi encerrada. Bem, Dairanger é muito elogiada entre os toku-fãs brasileiros e considerada uma das melhores da década de 90 pelos mesmos. Bem, confesso que estou me aventurando agora com mais afinco pelo mundo dos sentais. Da década de 90, só assisti três completos e Dairanger foi um deles. 

Para ser honesto, dos três “novencistas” até o presente momento, realmente, Dairanger foi o melhor de todos. Mas, mesmo assim, Dairanger NÃO é esse supra-sumo todo. A série é morna. Começa morna e termina morna. Teve momentos em que a série esquenta, como no surgimento do menino Kou e os momentos cruciais nos episódios finais onde Kou se encontra com a sua mãe. Mas fora isso, a série parou aí. No mais, episódios cansativos e entediantes. Foram poucos os momentos em que você se sentia a vontade. A história não é bem uma luta do Bem contra o Mal. Nesse ponto, admito que a série foi inovadora. Mas a luta foi para saber qual tribo traria a paz para a Terra (da sua maneira, claro!). Gouma acha que, para trazer a paz para a Terra, deveria eliminar todos os humanos e começar com uma nova humanidade (nesse ponto, para quem leu a Bíblia, vai encontrar uma referência bíblica na história de Dairanger). Já a tribo Dai acredita que, para trazer a paz na Terra, deveriam ensinar a humanidade a viver. E assim foi TODO o enredo de Dairanger. Ficou nesse dilema o tempo todo e isso se tornou cansativo. 

Como falei um pouco acima, os melhores momentos de Dairanger foram com a presença do menino Kou, que é, sem sombras de dúvidas, o MELHOR personagem de TODA a série. A presença do menino e os episódios em que ele protagoniza são, sem sombras de dúvidas, os melhores momentos da série, saindo um pouco do marasmo do duelo entre as duas tribos para saber quem é que pode trazer a paz para a humanidade. Não vou entrar em detalhes, mas a história de Kou é uma coisa agradável de ver. São os poucos momentos em que você se prende diante da tela da TV (ou do PC) para acompanhar Dairanger com mais afinco. Fora isso, as vezes, você se pega com a mente vagueando nos famosos episódios “encher linguiça” (que tem MUITOS nessa série). Dairanger sofre do mesmo estigma que séries como Cybercops e Flashman: dar MUITO destaque a personagens ruins e POUCO destaque para personagens bons. Não nego que TODO o elenco realmente é bom. Mas, a atenção exagerada a personagens realmente que te irritam, como Daigo e Shouji (principalmente esse último) é algo deplorável. Praticamente, 65% dos episódios foram protagonizados por esses dois e seus dramas pessoais. Mas a série tinha outros personagens melhores. Ryou podia ser mais aproveitado. Afinal, ele é um Red e que, segundo a teoria, deveria ser o principal (posto esse que foi praticamente tomado por Daigo). Poucos foram os episódios em que Ryou se extrapola e mostra o seu potencial como guerreiro.

Outro erro com relação a personagens está no fato de deixar o MELHOR lutador e o MELHOR herói do quinteto principal de fora: Kazu. O jeito de Kazu lutar é bonito, mas, seu passado ficou praticamente obscuro e não sabemos praticamente nada dele. O que podemos concluir de Kazu é que ele é vaidoso e sonha em ser o melhor cabeleireiro do país. Tentaram fazer com que ele ganhasse certo destaque com a entrada do personagem Kamae, mas mesmo assim, no decorrer da série, a participação de ambos foi pífia. 

A história de Dairanger, como lhes falei, é morna. Ganha certa carga dramática nos episódios finais (do 42 ao 48). Mas termina com aquela forma patética e grotesca. Com sinceridade, o final de Dairanger foi um dos mais broxantes que já vi num sentai. Acho que nem Changeman consegue ter um final tão patético como Dairanger. Primeiro lugar, quem esperava uma luta digna entre heróis e vilões no final da série (principalmente entre o Red e o seu rival) vai se decepcionar e MUITO. Até mesmo a luta final entre Patrine e Diablo foi mais “assistível” do que a luta final entre Dairanger e a tribo Gouma. Pode ser exagero? Realmente pode ser exagero. Afinal, Dairanger possui uma das mais belas coreografias do mundo dos sentais. Lutas bonitas, bem feitas e que dão gosto de se ver. Acho que esse talvez seja o fator para que as pessoas no Brasil considerem Dairanger um dos melhores dos anos 90. Afinal, acredito que o brasileiro tenha uma queda por julgar uma série mais pelas cenas de ação do que pela estória em si ou pelo misto dos dois. O último sentai que vi que possui cenas de lutas tão belas assim foi Maskman. 

Aliás, eu percebi que Dairanger possui elementos de Maskman e Changeman. Em que sentido? Bem, de Maskman eu percebi a preocupação com a meditação e o encontro com o seu “eu” interior. De Changeman, percebi a repetição dos símbolos dos heróis. Quatro dos cinco animais sagrados de Dairanger se encontram em Changeman e o mais incrível, dos quatro, três deles repetem a cor do herói que foi em Changeman. Dairanger foi um marco para mim no sentido de que foi o primeiro sentai a sair um pouco da “cultura universal” para se dedicar um pouco para a cultura oriental (no caso, elementos presentes da cultura e mitologia chinesa). Isso abriu uma brecha para o seu sucessor, no caso, Kakuranger, que foi o primeiro sentai (eu ACHO que foi) 100% dedicado à cultura japonesa. Apesar das falhas, não desmereço a série Dairanger. Ela não é boa, mas está BEM longe de ser ruim. Mas, enfim, Dairanger vale a pena curtir e guardar. TENSHIN DA! Whoa whoa whoa whoa!!!

{ 3 comentários... leia abaixo, ou comente }

  1. Amigo Pato foi dessa serie que "roubaram" o personagem que seria o Ranger branco..............Espero ansioso, que os power rangers deixem de ser exibidos para que os sentai de verdade voltem a passar. na tv brasileira.... Abraços meu Amigo Pato e desculpa por te abusar um pouco: gosto muito dos seus review

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  2. Sim... foi dessa série.... mas, vale salientar que Power Rangers NÃO tem culpa das TVs Brasileiras terem extinguido os tokus. Vale salientar que as próprias emissoras são responsáveis por isso.

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  3. Nossa, como diz o ditado: gosto não se discute. Eu tenho a opinião contraria de você. Achei que todos os personagens tiveram destaque. Cada um com sua mini saga dentro da série. Você comentou sobre o Ryou, mas assistiu os episódios 27 e 28 quando surge Jin o grande rival dele? Aquela sensacional sequencia de socos super rápido nunca mais se viu. Minha opinião é tão diferente da sua que eu odiei aquele menino Kou logo de cara. Ele da uma melhorada naqueles episódios em que enfrenta seu rival e o aparecimento de sua mãe. Talvez a que menos apareceu foi a Rin. Pelo menos, um dos melhores episodios da serie seja centrada nela. Seu eu não tivesse assistido essa série, perderia a vontade devido a sua critica.Eu sou dessas pessoas que não acha uma serie boa pelas cenas de luta, sim pela historia. Por isso, gostei de Dairanger. Claro ela não foi excelente, teve capítulos que dava vergonha de assistir de tão escrachado que era. Mas ela não é tão ruim quanto seu texto indica.

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