Posted by : RodrigoPatoDonald terça-feira, setembro 23, 2014

Kakuranger: Uma Viagem ao Mundo dos Mitos do Japão.





Ah... Kakuranger! Entrou facilmente para o meu top 3 de super sentais até o presente momento. Uma viagem para o mundo fantástico e rico do folclore e os mitos do Japão. Vimos em Kakuranger, uma oportunidade de conhecer esses mitos desse país  que tanto nos fascinam.

Kakuranger é uma história de ninjas. Mas, ao contrário do REAL significado de ser um ninja, que, na história original do Japão eram guerreiros espiões e mercenários, que agiam sorrateiramente, em Kakuranger, vimos os ninjas com outra visão. Digamos, uma visão mais "romântica" de ser um ninja. Nossos heróis possuem códigos de honra e conduta e um padrão a seguir. Ao contrário dos ninjas de verdade. A história se baseia em nossos heróis derrotarem cada um dos monstros do folclore japonês, chamados de youkais. A cada episódio de Kakuranger, ficamos conhecendo um youkai diferente e um pouco do seu passado. Tudo com uma boa dose de humor.

Kakuranger é dividido em três arcos, mas, com os mesmos vilões (no caso, os youkais). A primeira fase  veio com a apresentação básica de uns youkais da mitologia japonesa. Eles vinham aleatoriamente, sem ser a mando de alguém. A segunda fase veio com youkais comandados pelo Príncipe Junior. Com a morte de Junior, se encerra a primeira fase e o segundo arco. Agora, o terceiro arco veio com o Daimaou, o líder dos youkais, comandando os youkais nos embates contra os nossos heróis. 

Vimos em Kakuranger o primeiro super sentai, pelo que andei pesquisando, com uma temática 100% japonesa. Ou seja, enquanto nos sentais anteriores à Kakuranger tivemos uma temática mais universal, vimos em Kakuranger algo voltado mais exclusivamente ao público japonês. Afinal, vamos encontrar elementos típicos de lá, como o mundo dos ninjas, samurais, o teatro japonês, casas assombradas, animais fantásticos, como o Gato e o Texugo, além de algumas lendas tradicionais, como o casamento Kitsune, que SEMPRE ocorre quando acontece a chuva com o sol. Por causa dessas situações restritas ao público oriental, a dona Saban teve uma certa dificuldade em adaptar Kakuranger para a versão americana. Pelo que andei pesquisando, não passou de 12 episódios dessa temporada, visto a dificuldade (ou falta de vontade) do público americano em se adaptar a cultura japonesa. 

Mas Kakuranger NÃO é de se jogar fora, mesmo que o seu foco tenha sido o público nipônico. Muito pelo contrário. Justamente por termos uma oportunidade de se adentrar um pouco mais no folclore japonês, Kakuranger se torna um prato cheio, pra quem gosta de cultura de outros povos. E tudo isso é levado com um humor típico japonês. Aquele humor doce, puro e inocente, sem malícia alguma, lembrando o humor dos seriados mexicanos do Chispirito (coisa que eu adoro). Os heróis passam por situações que divertem o telespectador (como a polêmica cena do ataque a Saizou que o deixou SÓ de cuecas). Mas, na hora do combate, os heróis ficam sérios e passam por MUITAS dificuldades, inclusive, com torturas físicas e psicológicas. 

Uma coisa legal em Kakuranger é que o líder NÃO é o Red, mas sim, a única mulher da equipe e a mais jovem integrante. E ela, mesmo não sendo "o" Red da equipe, é a principal do sentai, onde haverá um momento em que todo o mistério da história da batalha dos youkais gira em torno de Tsuruhime e do passado dos seus antepassados. E, acredite, um dos momentos mais emocionantes nos sentais está nesse sentai. Vimos pai e filho numa atuação magistral e numa das cenas de lutas MAIS lindas que um sentai poderia fazer. Para quem não sabe, o ator japonês Sho Kosugi fez uma participação nesse sentai e é um nome MUITO respeitado no Japão. Ele é um equivalente ao nosso Tarcísio Meira ou Tony Ramos. Foi ele que colocou o filho dele, Kane Kosugi, no elenco. E valeu a pena. Pai e filho protagonizaram uma das cenas de combate que ficaram para a história dos sentais, fazendo com que você esqueça de cenas clássicas, como Booba vs Change Dragon e Kaura vs Red Flash facilmente. O detalhe nessa luta é que pai e filho lutam praticamente com as mãos nuas, onde se dá para notar a expressão no olhar e nas bocas dos dois. Você sente a tensão e a densidade num duelo perfeito, já que muitos duelos decisivos são feitos com os personagens mascarados e não dar para sentir a emoção dos personagens.

Uma coisa que achei legal em Kakuranger foi sua trilha sonora, tanto na parte das OSTs como das BGMs. São canções MARAVILHOSAS, uma melhor do que a outra. Não se sabe com qual você vai escutar.e gostar mais. Minha favorita é Kiai Hyappatsu Kakuranger, que possui um dos arranjos mais legais que já ouvi. E as BGMs também são MARAVILHOSAS. Você as escuta e se sente viajando para o Japão Feudal. Músicas com instrumentos tradicionais japoneses, como o shamisen, o koto, a shakuhachi e o taiko, misturado com baixo, guitarra, bateria, teclado, saxofone e etc fizeram a minha alegria. Tudo bem trabalhado e equilibrado, o que deixou a trilha sonora não como algo enjoativo e monótono, mas, algo perfeito.

Uma coisa que Kakuranger quebrou na franquia é que foi o primeiro sentai pós-Zyuranger a não ter um sexto integrante na equipe. O Ninjaman é um aliado, mas, ele NÃO é o sexto integrante. Aliás, um dos erros de Kakuranger está nesse personagem. Ele é um ninja-aprendiz que não possui identidade humana. Quando é chamado de "novato" ou "amador", ele se transforma num SAMURAI!! :o !! Pelo que eu me lembro de história do Japão, samurais e shinobis eram guerreiros que não se bicavam. Um ninja se transformar em samurai forçou um pouco o lado histórico da coisa. Aliás, os "robôs" de Kakuranger são LINDOS. São dois principais: Muteki Shogun e Dai Shogun. E o mais legal. Esses mechas são vivos. NÃO são robôs. São duas entidades com vida própria que, aliados a outra entidade chamada Tsubasamaru, possuem um poder de fogo incrível.

Todo o elenco ficou perfeito. Todos bem selecionados. Tivemos participações especiais, além de astros conhecidos como Rika Kishida (Kaori - Jetman), Takayuki Godai (Vul Eagle 2 - Sun Vulcan), Ryo Harushima (Remi - Fiveman), Kiyohito Nakagawa (Oh Yellow - Oh Ranger) e até mesmo o Shiro Izumi (Oozora - Changeman, numa participação numa esquete de 10 minutos de Kakuranger com os 5 sentais da década de 90 até o ano de 94, chamado de Super Sentai World ). Além da participação magistral de Sho Kosugi, claro! 

Kakuranger é um sentai que ficou para a história. Além de ser um dos mais longos (são 53 episódios), ele consegue misturar drama e humor com uma sensibilidade incrível. Com certeza Kakuranger vai ser um prato cheio pra vocês, que gostam da temática japonesa. Não estranhem o fato de eles se mostrarem os ninjas bem diferentes do que eles na verdade o são. Kakuranger é uma série que vale MUITO a pena ter em sua coleção. NAN NAN NINJA NINJA! NIN NIN NINJA NINJA! KAKURANGER NINJA NINJA! SCHWA!!

{ 6 comentários... leia abaixo, ou comente }

  1. Humor tipicamente Japonês sem malícia????? Só se for nos tokusatsus mesmo.

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    1. Sim... nos tokus! Afinal, são séries para o público infanto-juvenil japonês! XDD Mas existem doramas e programas para adultos que são bem "maldosos".... XDDD

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  2. E a lenda da época perdida dos sentais indo terra abaixo, na moral de 1990 a 2000 falam que é a época perdida mas até agora nenhumas destas series mostraram ruins Jetman não precisa comentar, Zyuranger tirando algumas coisas é divertida e legal, Dairanger top, Kakuranger divertida e certos arcos muito bons, de todas antes Timerangers tem seu diferencial tirando Ohrangers que vi dois epi e não me comprou mas vou vê completo e possivelmente achar legal, a verdade que estas epoca deve muita diferenciação do padrão anos 80 os sentais em si não sabiam se priorizava os fãs antigos ou trazia novas pessoas para os programas criando programas bem diferentes mas com algumas semelhanças entre si (meio confuso), mas voltando a frase inicial deste meu comentário quando as series desta época vão sendo traduzidas para nossa língua mais é mais a lenda que os sentais de 90 eram ruins vai se deteriorando.

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    1. Uma coisa que devemos entender é que cada sentai (e toku, seja em filme ou em série) possui uma particularidade única. Seu jeito de ser. E vale salientar que os sentais dos anos 70 são diferentes dos anos 80, que são diferentes dos anos 90, que são diferentes dos anos 2000 e que são diferentes dos anos 2010. Fato! E isso se aplica para a geração de crianças japonesas para cada década também. O problema, Wallace, é que a fan-base dos toku-fãs brasileiros se restringem ao que passou na década de 80 (mas precisamente de 85 a 87, os três sentais de maior destaque no Brasil) e cobram da Toei o jeito de se fazer sentais baseados nesses três. Se não tiver a mesma fórmula dos três sentais listados da década de 80, não serve, visto que eles se acostumaram a ver essas séries na infância inteira.

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